REGIÕES IONSOFÉRICAS
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Devido às
diferentes composições, processos de ionização, densidade eletrônica e
altura, a Ionosfera é dividida em três regiões básicas: Região D, Região E e Região
F, que por sua vez é subdividida em regiões F1 e F2. A Figura 2 ilustra as
três camadas com suas respectivas alturas e densidades eletrônicas. Fig. 2 - À esquerda, a localização das três camadas ionosféricas
conhecidas no perfil ionosférico, com sua nomenclatura. E à direita, a
dimensão aproximada da Ionosfera (em azul similar à esquerda) em relação à
Terra. A Região D A Região D é
a porção mais baixa da ionosfera terrestre. Ela é uma camada que inicia em
torno dos 60 km e se estende até aproximadamente 95 km. Ela é muito importante
do ponto de vista da radiopropagação, pois pode atenuar, refletir e/ou
absorver o sinais de rádio. No entanto, durante a noite essa camada tem sua
densidade muito reduzida a ponto de não ser detectada pela maioria dos
equipamentos de rádio-sondagens utilizados para monitoramento ionosférico. Dentre as
camadas ionosféricas, a Região D é considerada a mais complexa do ponto de
vista químico. Como causas principais, podemos citar a alta pressão e a
grande variedade de fontes de ionização que contribuem para a produção
iônica. Dentre as fontes de ionização, as principais são: • a radiação na linha Lyman-a (1216 Å); • a radiação na faixa do EUV
(com comprimento de onda entre 1027 e 1118 Å); • a radiação na faixa dos
Raios-X (com comprimento de onda entre 2 e 8 Å); • os raios cósmicos
galácticos; e • as partículas de origem
solar ou auroral. A Região E Essa camada
inicia por volta dos 90 km e se estende por aproximadamente 50 km. Durante a noite
sua densidade eletrônica diminui significativamente, pois sua principal fonte
produtora, o Sol, está ionizando o outro hemisfério. Nesse horário sua
densidade eletrônica é da ordem de 5 x 109 elétrons/m³, enquanto
que durante o dia ela pode ser da ordem de 10¹¹ elétrons/m³. Ela possui dois
íons majoritários: NO+ e O2+, mas também é
caracterizada pela presença de íons metálicos como Mg+ e Fe+.
A presença destes íons metálicos é creditada à desintegração meteórica pelo
atrito com a atmosfera terrestre. E deve ser mencionado que estes íons são os
responsáveis pela formação das camadas E-esporádicas em médias latitudes. Também é na
região E equatorial que temos a formação do eletrojato equatorial, uma
corrente eletrônica restrita à região ao longo do equador magnético que fui
nas alturas da região E. A Região F1 Esta tem
início por volta dos 140 km e estende-se por aproximadamente 20 - 40 km. A
espécie neutra molecular predominante nessa região é o N2. A
espécie atômica predominante nessa região é o oxigênio. O íon majoritário é o
O+, e sua concentração pode variar de 2,5 x 1011 a 4 x
1011 m-3. Porém, à noite a densidade eletrônica dessa
região pode se reduzir sensivelmente. A Região F2 A Região F2
localiza-se na parte mais alta da ionosfera e seu máximo de concentração
eletrônica pode atingir aproximadamente 1012 elétrons/m3,
localizando-se em torno dos 300 km de altitude. Durante a noite a sua
densidade eletrônica normalmente decai para cerca de 5 x 1010
elétrons/m3. Dentre todas as regiões, ela é a que apresenta a
maior concentração de elétrons da ionosfera terrestre, mesmo durante a noite.
Isso ocorre por diversos fatores, entre eles, ela possuir íons atômicos como
espécie predominante, os quais possuem menor taxa de recombinação. Há grande
interesse no estudo da rádio propagação através desta região, devido ela
possuir um grande número de irregularidades ionosféricas, as quais alteram
significativamente as características do meio e apresentam um comportamento
de difícil previsão. |