Notícia
Termina o 4º Ano Polar Internacional
São José dos Campos-SP, 30 de março de 2009
O Brasil estreou sua participação em anos polares nesta 4ª edição do evento, que termina em março de 2009. A comunidade científica brasileira teve o envolvimento direto de pesquisadores de mais de 30 universidades públicas e privadas e de centros de pesquisa em 11 projetos. O Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) disponibilizou recursos da ordem de R$ 9,2 milhões provenientes de ações dos Fundos Setoriais.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) desenvolveu atividades na região Antártica e América do Sul. As ações dos projetos tiveram inicio em 2007, estendendo-se até 2009.Os resultados científicos deverão ser divulgados a partir de 2008, com as conclusões finais em 2010.
As atividades do INPE contam com a colaboração de outros dez países e têm a coordenação da pesquisadora Neusa Paes Leme, da Divisão de Geofísica Espacial e do pesquisador Hisao Takahashi, da Divisão de Aeronomia, com a participarão de 10 pesquisadores do INPE, além de técnicos e estudantes.
Os dois projetos de pesquisas desenvolvidos estão ligados ao estudo da alta, média e baixa atmosfera, enfocando a dinâmica da atmosfera, a camada de ozônio, meteorologia, aquecimento global, gases do efeito estufa, a radiação utravioleta, a relação sol-atmosfera, o transporte de poluição e oceanografia. "Nossa prioridade foi estudar a relação da Antártica com a América do Sul" afirma a pesquisadora. O Ano Polar permitiu a comunidade cientifíca participar de uma grande campanha observacional para desenvolver pesquisas nos ambientes Ártico e Antártico, aprofundando o conhecimento quanto conexão dos polos com outras latitudes, as mudanças climáticas e sua interação com o meio ambiente da Terra.
Confira os projetos coordenados pelo INPE no Ano Polar Internacional, na Antártica:
Impacto do clima espacial na atmosfera da região polar e sobre o território brasileiro (GEOESPAÇO)
Tem como objetivo estudar o impacto do clima espacial na alta atmosfera da Terra através de vários experimentos (VLF, GPS e detector de raios cósmicos) e identificar qual dos fenômenos solares que as produziram (se explosões, ejeções de massa coronal (EMC) e/ou vento solar de alta velocidade). Deste modo poderemos estabelecer a conexão entre as alterações do meio interplanetário e o clima terrestre. Para avaliar os impactos do clima espacial na alta atmosfera da Terra o projeto estudar (i) as pertubações detectadas na baixa ionosfera através de sinais de VLF, (ii) as pertubações na alta atmosfera através de medidas do conteúdo total de elétrons na EACF e sobre o território brasileiro, (iii) as variações no fluxo de raio cósmicos detectados na região da anomalia do Atlântico Sul. Deste modo poderemos determinar a correlação entre os efeitos do clima espacial na atmosfera terrestre e seu impacto nas condições climáticas (cobertura de nuvens e precipitação de chuvas/neve).
Entidades Executoras: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e Centro de Radioastronomia e Astrofisica Mackenzie (CRAAM).
Coordenadora do Projeto: Dra. Emilia Correia.
Atmosfera Antártica: Estudo da Mesosfera, Estratosfera, Troposfera e suas conexões com a América do Sul (ATMANTAR).
Tem por objetivo o estudo integrado das três camadas da atmosfera: troposfera, estratosfera e mesosfera, visando medir e entender a interação entre elas, principalmente durante o período da ocorência do Buraco de Ozônio. Impactos ambientais como mudanças no clima, gases do efeito estufa, gases poluentes emitidos na Estação Antártica Comandante Ferraz, aumento da radiação ultravioleta e transporte de aerossóis também serão analisados. Medidas simultâneas em Ferraz e na América do Sul darão subsúios para estudos da conexão entre estas duas regiões.
Entidades Executoras: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) , Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Unversidad de Magallanes, Chile, Universidade Mayor San Andrés, Bolívia , CONICEFA (Argentina).
Coordenadora do Projeto: Dra. Neusa Maria Paes Leme
Histórico
O 4º Ano Polar Internacional teve início em março de 2007, com organização do Conselho Internacional de União Científica em conjunto com a Organização Meteorológica Mundial (ICSU e WMO, siglas em inglês respectivamente). O objetivo foi desenvolver pesquisas científicas interdisciplinares voltadas para o conhecimento dos processos ambientais nos pólos, as teleconexões destas regiões com o resto do planeta, a biodiversidade, estado evolutivo e capacidade adaptativa dos organismos antárticos.
Esse esforço envolveu 63 nações e 227 projetos de alta qualidade científica com investigações laboratoriais até 2011. O fórum de discussão desse evento é Comitê Científico de Pesquisa Antártica (SCAR, sigla em inglês), que definiu as linhas de base do API.
O ano de 2007 marcou o 125º aniversário do 1º API (1882/1883), o 75º aniversário do 2º API (1932/1933) e o 50º aniversário do Ano Geofísico Internacional (1957/1958). Essas três iniciativas científicas contribuíam de maneira significativa para o entendimentode processos globais e estimularam a cooperação científica internacional voltada para a pesquisa das regiões polares da Terra.
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