Notícia
INPE instala magnetômetro na Terra do Fogo
São José dos Campos-SP, 29 de novembro de 2012
Para aprimorar o monitoramento do clima espacial, acaba de ser instalado na Terra do Fogo, Argentina, um sistema magnetômetro. O novo equipamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) serve para averiguar variações do campo magnético terrestre relacionadas a perturbações do Sol.
“Termos um equipamento nesta latitude tão ao sul é importante para monitorar pontos estratégicos do Brasil e da América Latina, em especial o importante ambiente em torno da Anomalia Magnética da América do Sul”, explica Clezio De Nardin, pesquisador do Programa de Clima Espacial (EMBRACE) do INPE.
A Anomalia Magnética da América do Sul é um fenômeno da ionosfera capaz de provocar danos a satélites e a outros sistemas tecnológicos suscetíveis a eventos relacionados ao Clima Espacial, como a rede de distribuição de energia elétrica.
A instalação, realizada na Estação Astronômica Rio Grande, foi possível por meio da cooperação entre o Programa EMBRACE do INPE e a Universidad Nacional de La Plata (Argentina).
EMBRACE
O Programa de Estudo e Monitoramento Brasileiro do Clima Espacial (EMBRACE) avalia os fenômenos solares que afetam o meio entre o Sol e a Terra, e o espaço em torno da Terra.
Fenômenos solares são capazes de causar interferências em sistemas como o GPS, além da possibilidade de induzir correntes elétricas em transformadores de linhas de transmissão de energia e afetar a proteção de dutos para transporte de óleo e gás. Estes fenômenos são particularmente mais intensos no ambiente espacial brasileiro, devido à grande extensão territorial do país, distribuída ao norte e ao sul do equador geomagnético, à declinação geomagnética máxima e à presença da Anomalia Magnética do Atlântico Sul.
O EMBRACE oferece informação em tempo real, na internet, e realiza previsões sobre o sistema Sol-Terra para diagnósticos de seus efeitos sobre diferentes sistemas tecnológicos, em áreas como navegação e posicionamento por satélite (aeronaves, embarcações, plataformas petrolíferas, agricultura de precisão), comunicação (satélites geoestacionários, aeronaves), distribuição de energia (linhas de transmissão, dutos de distribuição de gás natural e petróleo), além dos sistemas de defesa nacional.
Por meio de estudos sobre os processos eletrodinâmicos da ionosfera equatorial e de baixas latitudes, os pesquisadores do INPE monitoram parâmetros físicos como características do Sol, do espaço interplanetário, da magnetosfera, ionosfera e da mesosfera.
As informações estão disponíveis no Portal EMBRACE: www.inpe.br/climaespacial
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