Notícia
Gilberto Câmara assume a direção do INPE
São José dos Campos-SP, 13 de dezembro de 2005
A manutenção do Programa CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres), a participação no projeto do Satélite Geoestacionário Brasileiro e a ampliação da contribuição à Rede de Modelagem Ambiental da Amazônia (GEOMA) são alguns dos desafios do INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais para os próximos anos, segundo o pesquisador Gilberto Câmara, que assumiu a direção da instituição, órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia, no dia 9 de dezembro. As prioridades constam do discurso de posse do novo diretor, proferido na presença de cerca de 200 convidados, dentre eles o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, e o presidente da Agência Espacial Brasileira, Sérgio Gaudenzi.
Nas áreas de Previsão de Tempo e Observação da Terra, Câmara citou como ação prioritária a transformação do Instituto em um centro de excelência em Ciência do Sistema Terrestre, como forma de entender "as rápidas mudanças que afetam nosso planeta e o Brasil". O engenheiro salientou ainda a importância do projeto e lançamento dos satélites EQUARS (monitoramento da atmosfera equatorial) e MIRAX (medida de emissões de raios-X no universo) para a ampliação da competência científica nacional e para a integração de cientistas brasileiros de Geofísica Espacial e Astrofísica ao programa de satélites brasileiros.
Ao empossar o novo diretor do INPE, o ministro Sérgio Rezende ressaltou o trabalho de Câmara como coordenador-geral da área de Observação da Terra, principalmente no estabelecimento de uma política de acesso livre às imagens e dados de satélites ambientais e de observação. "Tenho certeza que ele fará muito mais à frente da diretoria do INPE", disse o ministro. "Só os países que dominam a tecnologia espacial poderão ter autonomia na elaboração de cenários de evolução global, que levem em conta tanto os impactos da ação humana quanto os fenômenos naturais", completou.
Também estiveram presentes à solenidade de posse de Gilberto Câmara: o vice-prefeito de São José dos Campos, Riuji Kojima; a deputada federal Ângela Guadagnin; o secretário da Coordenação das Unidades de Pesquisa do MCT, Avílio Franco; o reitor da Universidade do Vale do Paraíba, Baptista Gargione; o reitor do Instituto Tecnológico de Aeronautica, Reginaldo dos Santos, entre outras autoridades ligadas aos governos federal e estadual e a municípios da região.
Escolha
O nome de Gilberto Câmara foi escolhido pelo ministro Sergio Rezende a partir de uma lista tríplice, elaborada por um comitê de busca composto por personalidades ligadas ao setor espacial. A direção do Instituto vinha sendo exercida interinamente por Leonel Fernando Perondi.
Gilberto Câmara trabalha no INPE desde 1980. coordenador geral de Observação da Terra até então, esteve envolvido no desenvolvimento de importantes softwares de sensoriamento remoto e processamento de imagens de satélites, como o SPRING, e das metodologias dos projetos DETER e PRODES, usados na detecção e monitoramento do desmatamento da Amazônia.
Nesse período, o pesquisador também foi responsável pelo estabelecimento de uma política de acesso livre aos dados do INPE sobre desmatamento e às imagens do satélite CBERS. Esta política resultou na distribuição de 120 mil imagens do CBERS entre maio de 2004 e julho de 2005.
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